Xambudo, 23.maio.09
Xambudo tem que ser o cachorro vagabundo que vai te abandonar quando voce crescer. De xambudo vai ficar o resquício de tudo aquilo que voce quis e não sabe o que vai ser como achar. Mas sabe que vai, porque cachorros nos são fiéis até a morte. Assim é xambudo, parte e fica, desengavetado nas horas precisas. A hora é precisa, precisada, necessistada, insubstituível e urgente. Xambudo é. Voces também o são. De sangue constiui-se xambudo, da irritação pelo exercício desconcentrado, nada mais é do que seu corpo boiando no asfalto da Avenida Chile fazendo as máquinas pararem ao meio dia. Seu corpo para alguma máquina? Ele é tão intrigante e instigante quanto a Avenida Chile? Xambudo é o descompromisso de arrumar o cabelo mas sem esquecer de se olhar no espelho, é conseguir comer o caroço porque lá no centro de tudo é o olhar mais atento que consegue o estado de ser. Xambudo é a fome das vontades. As vontades estão ávidas para que voces corram atrás delas. Quando se assa um bolo, no mínimo o que se tem para fazer é comê-lo. No mínimo.
Xam-bu-do-é-sim-deitar-na-cama-grande-e-dormir-na-cara-de-quem-se-quer.
Xambudo é do que voce é composto. Aquela micropartícula que se instala no seu complexo sistema corpóreo e desencadeia sua loucura mais sã. A de ser.
Xambudo é subir nas costas do gigante e ao olhar o menino agridoce entender que se pode dançar todas as danças. É repelir sim, mas é repetir também. Se não aguenta rema mais. Mais forte.
Xambudo não é uma peça. É um alerta. É uma escolha de ventre. É a liberdade instaurada e a justificativa da liberdade não aprisionada por sí só.
Pode ser solidão também, desde que se entenda que não é válvula de escape. É válvula de escalpe. Xambudo é o estopim. Xambudo foi a minha escolha de vestibular, a minha escolha mesmo na minha falta. Meu estado de espírito. Castidad não é o nome da minha tia, porque se fosse ela comeria um chuchu e lacraria a boceta.
Morrer de tesão é estar em xambudo, sentir o músculo tatuado correspondendo à ponta da língua na orelha, abraçar e chorar e respirar fundo querendo libertad, não abandonar um corpo num quadrado e sim sofrer ( se preciso for) junto com ele neste mesmo quadrado. É aprender a desistir e recomeçar, se voce se desequilibrar num aquecimento foda-se, recomece do zero. É levantar a sobrancelha e masturbar o próprio pé, é américa-américa.
Xambudo é o treinamento. É o exercício diário de se fazer xambudo.
Xambudo vai ser até no meu silencio.
EVOÉ!
Amo voces.
Dani Ribeiro.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
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